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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Água, terra, ar, folha..todos os componentes da natureza...têm o seu axé, sua energia.


Disso, os povos tradicionais sempre souberam. Para nós, que somos de terreiros, crianças, jovens e velhos (que aqui não está sendo utilizado de forma pejorativa, mas sim orgulhosa: Nossos Velhos!), todas essas discussões em torno do tema "meio ambiente" são válidas, mas as executamos diariamente. Por isso, o Obá Byan-Inganga Yndumbe vem mostrar em qual situação se encontram alguns terreiros de Salvador.

Nessas fotos, são vistos ambientes sagrados que estão sendo contaminados e até extintos por conta de interesses outros como, por exemplo, contrução civil, que nesse caso mas, uma vez não visa sanar as desigualades existentes com relação à habitação, mas sim consolidá-las. Visto que são contruídos grandes condomínios em locais muitas vezes sagrados simplesmente por

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008


INFORME SOBRE A 2ª JORNADA ECUMÊNICA DA JUVENTUDE DO NORDESTE
05 – 07/12/2008, Igarassú, PE

A 2ª Jornada do Nordeste foi promovida pela REJU - Rede Ecumênica da Juventude pela Promoção dos Direitos Juvenis, um Projeto do FE Brasil, financiado pelo PAE/Cese e apoiada estratégica e financeiramente por Diaconia e KOINONIA.
A jornada teve como tema Juventude Ecumênica: Políticas Públicas, Desafios do Ecumenismo e Direitos e reuniu 100 participantes, de juventudes da Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco, representando igrejas, organizações e movimentos sociais: Igrejas Católica Romana, Metodista, Anglicana, Presbiteriana, Batista, Assembléia de Deus, Candomblé(OBABYAN); MTST, Sindicatos Rurais do Polo e Alagoas, Mojac, Cebi, Quilombolas, entre outros.
Durante a jornada, além da discussão dos temas a partir das ações dos(as) participantes, estas ações, foram avaliadas, tendo como referências as ênfases da REJU no Nordeste para 2008: Educação e Cultura, Saúde, Transportes e Motivação e Ação Política da Juventude.
Entre os encaminhamentos da Jornada Nordeste para REJU NE para 2009 estão:
propostas de sustentabilidade, visibilidade e ação da REJU NE;
formas de multiplicação dos aprendizados nas comunidades;
participação nas próximas jornadas regional e sul-americana;
eleição da nova coordenação da REJU NE
e propostas de ênfases para a o próximo ao no Nordeste

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O negro no Brasil

Os africanos tinham, na África, nações compostas por tribos. Estas tribos se estruturavam em torno de reis e rainhas e se instalavam em aldeias.
Com o tráfico de negros africanos , eles foram espalhados por vários países do mundo , entre os quais , o Brasil. Neste país, viveram em regime de escravidão, resistiram, criaram quilombos, desenvolveram formas de luta, resgataram costumes religiosos, fortaleceram a identidade. Hoje, disputam espaços na política e universidades, além de se organizar a fim de contar sua história, a história dos que sempre foram oprimidos.
Com a busca incessante de Portugal por novas fontes de matérias-primas e mão- de- obra, viu na África um alvo fácil e promissor. Lança-se ao mar e com o auxílio da pólvora invade reinos e conquista pessoas de diversas tribos para serem vendidas, em diversos outros continentes, como mercadoria. Nesse processo da diáspora africana, muitos deles vieram para o Brasil (“terra recém descoberta” e “em construção”). Aqui trabalharam como escravos sem direitos à, moradia digna, sem alimentação, enfim, apenas com a obrigação de produzir para o seu senhor. Entretanto, esses negros escravizados não aceitaram àquela vida subumana de forma pacífica. Incendiaram senzalas, mataram senhores ,fugiram e construíram sociedades alternativas, os quilombos, entre os quais o de mais poder simbólico é o de Palmares, que sobreviveu quase um século, reuniu cerca de trinta mil pessoas e foi local de nascimento do líder negro Zumbi que morreu em 20 de Novembro de 1695.
Como formas de resistência , os negros escravizados desenvolveram a capoeira, que era um misto de dança e luta e se constituía de movimentos de animais, e organizaram espaços de culto aos seus ancestrais (os terreiros), nos quais praticavam as religiões de matrizes africanas, que mesmo após a abolição jurídica, sofreu perseguição por partes das autoridades . O mesmo acontecendo na capoeira, que se chamava capoeiragem ou vadiagem , só sendo liberada a partir de Getúlio Vargas em 1941.
Em 13 de Maio de 1888 foi assinada pela princesa Isabel a lei Áurea que libertava os escravos definitivamente. No entanto ,atualmente existe uma negação daquela data como algo a se comemorar, devido às condições às quais os negros foram submetidos, por exemplo, à carência de moradia digna ,educação , emprego, entre outros fatores.
Outra causa desta resistência, é o fato de o Brasil ter trazidos imigrantes pra trabalhar em suas terras, porém em outras condições. Para o movimento negro brasileiro , que não se resume a uma sigla , a data de comemoração real é o 20 de Novembro, a qual o remete ou líder negro Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a opressão .Esta data ficou conhecida como o dia “Nacional da Consciência Negra”.
Nos dias atuais, é visível a grande desigualdade na sociedade brasileira. Essa desigualdade, não é divina ou coisa parecida, é histórica. Hoje, vê-se nas filas dos hospitais, nas ruas, em trabalhos subalternos, nas prisões, grande maioria da comunidade negra. No entanto, numa cidade como Salvador, que é uma das que mais tem negros fora da África, o quadro é diferente. Nesta, no momento em que cogita sobre cotas para negros nas universidades, percebe-se um grande incômodo por parte de uma elite que sempre esteve nos espaços privilegiados. Uma elite que falsamente reconhece essa dívida, mas que não está disposta a ceder espaço.
As cotas não são um favor do governo à população negra, elas fazem parte de um conjunto de ações afirmativas que tem o objetivo de diminuir o abismo existente nas duas Salvador e nos diversos Brasis.


No entanto, as pessoas negras não vivem somente numa situação de miséria. Há muitas delas na política, na música, no esporte, e assim sucessivamente. Ocupando esses cargos e servindo de espelho para outros que estão na base da pirâmide social, e muitas vezes, elevando a auto-estima dos mesmos.
“Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo!” (José Carlos Limeira)

Por Uilians Souza

sábado, 1 de novembro de 2008

Oba'Byan Inganga Yndumbe

tempos, Salvador, uma cidade majoritariamente composta por afro-descendentes, necessita de um grupo de candomblé para representar essa parcela da população que tem os orixás, inquices, voduncis, entre outros, como seus guias.
A partir do ano de 2007, num evento ecumênico, realizado pelo Koinonia, surge a idéia de se formar um grupo de jovens de candomblé para lutar e reivindicar pelos seus direitos. Direitos esses que são negados constantemente, como o direito à saúde, à moradia, à segurança, à alimentação, e um dos mais essenciais, à educação. Devido a todas essas carências, esses jovens decidiram se juntar e se organizar para cada vez mais fortalecer sua religião, sua vida, seu axé.
No decorrer do ano de 2008, vários foram os eventos ocorridos em Salvador, a exemplo das reuniões de coordenação ocorridas na Casa Branca, Vintém de Prata e Ilê Axé Opô Ajá Omim. Esses encontros serviram para amadurecer a idéia e deles surgiram propostas como a criação de um jornal de circulação mensal; a criação de um blog e de uma comunidade no Orkut. O objetivo é utilizar a internet como um meio rápido de difusão de informação entre esses jovens soteropolitanos. Nesses espaços virtuais, estão sendo discutidos temas relacionados não apenas à juventude de candomblé, mas a toda comunidade negra.
Desse modo, a juventude candomblecista cumpre o seu papel de agente transformador da realidade social de forma efetiva. Exercitando sua cidadania de forma concreta exigindo que as autoridades "competentes" ouçam as vozes dessas pessoas que tanto contribuíram e contribuem para a formação dessa sociedade que, cada vez mais se mostra, elitista, recista e excludente .

quinta-feira, 23 de outubro de 2008


Assumir e professar nossa fé. Ser jovem de candomblé a todo o momento de nossas vidas. Poder usar nossas miçangas sem sermos violentados ou agredidos. Poder ver nossas referencias na TV, nas revistas, nos jornais, longe das páginas policias. Assistir matérias de sobre candomblé na TV, sem que seja a derrubada de um ilê axé. Poder entrar na faculdade de letras e não ouvir que o nome da folha Peregun é um nome vulgar.
Entrar num ônibus e não ser ridicularizado ou humilhado pelo pregador que diz que sua crença é em Deus e a minha é no diabo. Poder carregar o tabuleiro de Omolú sem ser chamado nas ruas de filho do satanás.
Estes são nossos anseios, nossas expectativas e o motivo pelo qual estamos reunidos. Ser jovem de candomblé na contemporaneidade é levar a sociedade a repensar seus valores e sua ótica sobre nós e sobre a nossa fé.
Nosso desafio é fazer uma leitura aprofundada da conjuntura que nos cerca e de forma inteligente, contemporânea e ao mesmo tempo ancestral, viabilizar ferramentas que nos proporcione a garantir nosso espaço nessa nação que nossos antepassados ajudaram a construir.
Que Olorún nos dê o discernimento, a força e a coragem para seguir nesse caminho que a partir de agora iremos trilhar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ipadê

Exú é eixo de tudo. Sem exú que é o eixo, tudo que se faz ou se constói está fadado ao insucesso.