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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O negro no Brasil

Os africanos tinham, na África, nações compostas por tribos. Estas tribos se estruturavam em torno de reis e rainhas e se instalavam em aldeias.
Com o tráfico de negros africanos , eles foram espalhados por vários países do mundo , entre os quais , o Brasil. Neste país, viveram em regime de escravidão, resistiram, criaram quilombos, desenvolveram formas de luta, resgataram costumes religiosos, fortaleceram a identidade. Hoje, disputam espaços na política e universidades, além de se organizar a fim de contar sua história, a história dos que sempre foram oprimidos.
Com a busca incessante de Portugal por novas fontes de matérias-primas e mão- de- obra, viu na África um alvo fácil e promissor. Lança-se ao mar e com o auxílio da pólvora invade reinos e conquista pessoas de diversas tribos para serem vendidas, em diversos outros continentes, como mercadoria. Nesse processo da diáspora africana, muitos deles vieram para o Brasil (“terra recém descoberta” e “em construção”). Aqui trabalharam como escravos sem direitos à, moradia digna, sem alimentação, enfim, apenas com a obrigação de produzir para o seu senhor. Entretanto, esses negros escravizados não aceitaram àquela vida subumana de forma pacífica. Incendiaram senzalas, mataram senhores ,fugiram e construíram sociedades alternativas, os quilombos, entre os quais o de mais poder simbólico é o de Palmares, que sobreviveu quase um século, reuniu cerca de trinta mil pessoas e foi local de nascimento do líder negro Zumbi que morreu em 20 de Novembro de 1695.
Como formas de resistência , os negros escravizados desenvolveram a capoeira, que era um misto de dança e luta e se constituía de movimentos de animais, e organizaram espaços de culto aos seus ancestrais (os terreiros), nos quais praticavam as religiões de matrizes africanas, que mesmo após a abolição jurídica, sofreu perseguição por partes das autoridades . O mesmo acontecendo na capoeira, que se chamava capoeiragem ou vadiagem , só sendo liberada a partir de Getúlio Vargas em 1941.
Em 13 de Maio de 1888 foi assinada pela princesa Isabel a lei Áurea que libertava os escravos definitivamente. No entanto ,atualmente existe uma negação daquela data como algo a se comemorar, devido às condições às quais os negros foram submetidos, por exemplo, à carência de moradia digna ,educação , emprego, entre outros fatores.
Outra causa desta resistência, é o fato de o Brasil ter trazidos imigrantes pra trabalhar em suas terras, porém em outras condições. Para o movimento negro brasileiro , que não se resume a uma sigla , a data de comemoração real é o 20 de Novembro, a qual o remete ou líder negro Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a opressão .Esta data ficou conhecida como o dia “Nacional da Consciência Negra”.
Nos dias atuais, é visível a grande desigualdade na sociedade brasileira. Essa desigualdade, não é divina ou coisa parecida, é histórica. Hoje, vê-se nas filas dos hospitais, nas ruas, em trabalhos subalternos, nas prisões, grande maioria da comunidade negra. No entanto, numa cidade como Salvador, que é uma das que mais tem negros fora da África, o quadro é diferente. Nesta, no momento em que cogita sobre cotas para negros nas universidades, percebe-se um grande incômodo por parte de uma elite que sempre esteve nos espaços privilegiados. Uma elite que falsamente reconhece essa dívida, mas que não está disposta a ceder espaço.
As cotas não são um favor do governo à população negra, elas fazem parte de um conjunto de ações afirmativas que tem o objetivo de diminuir o abismo existente nas duas Salvador e nos diversos Brasis.


No entanto, as pessoas negras não vivem somente numa situação de miséria. Há muitas delas na política, na música, no esporte, e assim sucessivamente. Ocupando esses cargos e servindo de espelho para outros que estão na base da pirâmide social, e muitas vezes, elevando a auto-estima dos mesmos.
“Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo!” (José Carlos Limeira)

Por Uilians Souza