O negro no Brasil
Os africanos tinham, na África, nações compostas por tribos. Estas tribos se estruturavam em torno de reis e rainhas e se instalavam em aldeias.
Com o tráfico de negros africanos , eles foram espalhados por vários países do mundo , entre os quais , o Brasil. Neste país, viveram em regime de escravidão, resistiram, criaram quilombos, desenvolveram formas de luta, resgataram costumes religiosos, fortaleceram a identidade. Hoje, disputam espaços na política e universidades, além de se organizar a fim de contar sua história, a história dos que sempre foram oprimidos.
Com a busca incessante de Portugal por novas fontes de matérias-primas e mão- de- obra, viu na África um alvo fácil e promissor. Lança-se ao mar e com o auxílio da pólvora invade reinos e conquista pessoas de diversas tribos para serem vendidas, em diversos outros continentes, como mercadoria. Nesse processo da diáspora africana, muitos deles vieram para o Brasil (“terra recém descoberta” e “em construção”). Aqui trabalharam como escravos sem direitos à, moradia digna, sem alimentação, enfim, apenas com a obrigação de produzir para o seu senhor. Entretanto, esses negros escravizados não aceitaram àquela vida subumana de forma pacífica. Incendiaram senzalas, mataram senhores ,fugiram e construíram sociedades alternativas, os quilombos, entre os quais o de mais poder simbólico é o de Palmares, que sobreviveu quase um século, reuniu cerca de trinta mil pessoas e foi local de nascimento do líder negro Zumbi que morreu em 20 de Novembro de 1695.
Como formas de resistência , os negros escravizados desenvolveram a capoeira, que era um misto de dança e luta e se constituía de movimentos de animais, e organizaram espaços de culto aos seus ancestrais (os terreiros), nos quais praticavam as religiões de matrizes africanas, que mesmo após a abolição jurídica, sofreu perseguição por partes das autoridades . O mesmo acontecendo na capoeira, que se chamava capoeiragem ou vadiagem , só sendo liberada a partir de Getúlio Vargas em 1941.
Em 13 de Maio de 1888 foi assinada pela princesa Isabel a lei Áurea que libertava os escravos definitivamente. No entanto ,atualmente existe uma negação daquela data como algo a se comemorar, devido às condições às quais os negros foram submetidos, por exemplo, à carência de moradia digna ,educação , emprego, entre outros fatores.
Outra causa desta resistência, é o fato de o Brasil ter trazidos imigrantes pra trabalhar em suas terras, porém em outras condições. Para o movimento negro brasileiro , que não se resume a uma sigla , a data de comemoração real é o 20 de Novembro, a qual o remete ou líder negro Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a opressão .Esta data ficou conhecida como o dia “Nacional da Consciência Negra”.
Nos dias atuais, é visível a grande desigualdade na sociedade brasileira. Essa desigualdade, não é divina ou coisa parecida, é histórica. Hoje, vê-se nas filas dos hospitais, nas ruas, em trabalhos subalternos, nas prisões, grande maioria da comunidade negra. No entanto, numa cidade como Salvador, que é uma das que mais tem negros fora da África, o quadro é diferente. Nesta, no momento em que cogita sobre cotas para negros nas universidades, percebe-se um grande incômodo por parte de uma elite que sempre esteve nos espaços privilegiados. Uma elite que falsamente reconhece essa dívida, mas que não está disposta a ceder espaço.
As cotas não são um favor do governo à população negra, elas fazem parte de um conjunto de ações afirmativas que tem o objetivo de diminuir o abismo existente nas duas Salvador e nos diversos Brasis.
No entanto, as pessoas negras não vivem somente numa situação de miséria. Há muitas delas na política, na música, no esporte, e assim sucessivamente. Ocupando esses cargos e servindo de espelho para outros que estão na base da pirâmide social, e muitas vezes, elevando a auto-estima dos mesmos.
“Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo!” (José Carlos Limeira)
Por Uilians Souza
Os africanos tinham, na África, nações compostas por tribos. Estas tribos se estruturavam em torno de reis e rainhas e se instalavam em aldeias.
Com o tráfico de negros africanos , eles foram espalhados por vários países do mundo , entre os quais , o Brasil. Neste país, viveram em regime de escravidão, resistiram, criaram quilombos, desenvolveram formas de luta, resgataram costumes religiosos, fortaleceram a identidade. Hoje, disputam espaços na política e universidades, além de se organizar a fim de contar sua história, a história dos que sempre foram oprimidos.
Com a busca incessante de Portugal por novas fontes de matérias-primas e mão- de- obra, viu na África um alvo fácil e promissor. Lança-se ao mar e com o auxílio da pólvora invade reinos e conquista pessoas de diversas tribos para serem vendidas, em diversos outros continentes, como mercadoria. Nesse processo da diáspora africana, muitos deles vieram para o Brasil (“terra recém descoberta” e “em construção”). Aqui trabalharam como escravos sem direitos à, moradia digna, sem alimentação, enfim, apenas com a obrigação de produzir para o seu senhor. Entretanto, esses negros escravizados não aceitaram àquela vida subumana de forma pacífica. Incendiaram senzalas, mataram senhores ,fugiram e construíram sociedades alternativas, os quilombos, entre os quais o de mais poder simbólico é o de Palmares, que sobreviveu quase um século, reuniu cerca de trinta mil pessoas e foi local de nascimento do líder negro Zumbi que morreu em 20 de Novembro de 1695.
Como formas de resistência , os negros escravizados desenvolveram a capoeira, que era um misto de dança e luta e se constituía de movimentos de animais, e organizaram espaços de culto aos seus ancestrais (os terreiros), nos quais praticavam as religiões de matrizes africanas, que mesmo após a abolição jurídica, sofreu perseguição por partes das autoridades . O mesmo acontecendo na capoeira, que se chamava capoeiragem ou vadiagem , só sendo liberada a partir de Getúlio Vargas em 1941.
Em 13 de Maio de 1888 foi assinada pela princesa Isabel a lei Áurea que libertava os escravos definitivamente. No entanto ,atualmente existe uma negação daquela data como algo a se comemorar, devido às condições às quais os negros foram submetidos, por exemplo, à carência de moradia digna ,educação , emprego, entre outros fatores.
Outra causa desta resistência, é o fato de o Brasil ter trazidos imigrantes pra trabalhar em suas terras, porém em outras condições. Para o movimento negro brasileiro , que não se resume a uma sigla , a data de comemoração real é o 20 de Novembro, a qual o remete ou líder negro Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a opressão .Esta data ficou conhecida como o dia “Nacional da Consciência Negra”.
Nos dias atuais, é visível a grande desigualdade na sociedade brasileira. Essa desigualdade, não é divina ou coisa parecida, é histórica. Hoje, vê-se nas filas dos hospitais, nas ruas, em trabalhos subalternos, nas prisões, grande maioria da comunidade negra. No entanto, numa cidade como Salvador, que é uma das que mais tem negros fora da África, o quadro é diferente. Nesta, no momento em que cogita sobre cotas para negros nas universidades, percebe-se um grande incômodo por parte de uma elite que sempre esteve nos espaços privilegiados. Uma elite que falsamente reconhece essa dívida, mas que não está disposta a ceder espaço.
As cotas não são um favor do governo à população negra, elas fazem parte de um conjunto de ações afirmativas que tem o objetivo de diminuir o abismo existente nas duas Salvador e nos diversos Brasis.
No entanto, as pessoas negras não vivem somente numa situação de miséria. Há muitas delas na política, na música, no esporte, e assim sucessivamente. Ocupando esses cargos e servindo de espelho para outros que estão na base da pirâmide social, e muitas vezes, elevando a auto-estima dos mesmos.
“Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo!” (José Carlos Limeira)
Por Uilians Souza